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Eu sei que estou querendo tirar a responsabilidade de mim

  • 21 de ago. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 22 de ago. de 2023

“Eu sabia que não ia dar certo!

Por que você me deixou fazer isso?

Eu sei que estou querendo tirar a responsabilidade de mim.”


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Tenho compartilhado aqui com você a poderosa sequência de insights de uma cliente durante sua sessão de psicoterapia. Enquanto escrevo, volto àquele momento da sessão em que ela se dá conta que: o questionamento sobre eu “deixá-la” agir de uma forma não saudável, era na verdade, uma tentativa de me transferir a responsabilidade pelo seu comportamento.


Lembro que respondi à provocação silenciosamente e sim, concordei com a afirmação de que ela estava tentando se esquivar da autorresponsabilidade. Me expressei em silêncio e de alguma forma que ela entendeu - talvez com o olhar, com um aceno de cabeça, com o corpo e, por que não, com a alma? É possível que eu tenha internamente vibrado com aquele insight tão forte e tão consciente.


Ela, percebendo minha resposta, deu continuidade e repetiu, como se fosse para ancorar ainda mais, o que estava dizendo. Falou com entonação, com expressão corporal, com sentimento. E completou: “eu sei que sou eu mesma que preciso me responsabilizar pelo que eu faço”.


Que precioso o momento em que podemos trazer para nossa mão o que nos cabe dentro de cada situação. Isso é ativar o Estado do Ego Adulto, na linguagem da Análise Transacional.


O que estava implícito na fala da minha cliente é que ela entendia (mesmooooo) que só ela poderia cuidar daquela situação. Não cabia à terapeuta, ao amigo, à mãe, ao pai, ao irmão, ao vizinho, à professora, à colega… ninguém podia aceitar a responsabilidade do “por que você não me parou? Por que você deixou?”.


Assumir responsabilidade pela própria vida adultamente é uma libertação, e, ao mesmo tempo, é força de vida. Parar de culpabilizar os outros, seja pelo que for, nos coloca de volta na força e na possibilidade do que está acontecendo no presente, com mil escolhas maravilhosas à nossa frente, que nos permitem a oportunidade de construir.


Fiquei pensando como perceber-se pede uma abertura (e uma coragem) para realmente se olhar, escolher e fazer os caminhos para as mudanças desejadas. A prática nesse sentido nos dá força para manejar os pensamentos automáticos pouco saudáveis. Sim, eles estão ali e é importante identificá-los para poder decidir não os obedecer. Dar ouvidos aos pensamentos que não fazem mais sentido ou escolher agir diferente desses comandos não saudáveis é uma decisão que só cabe a você.

 
 
 

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